O superintendente municipal da Defesa
Civil, Francisco das Chagas Silva, o Chico do Planalto, recomenda à comunidade
que redobrem os cuidados durante o período chuvoso que começou a se
intensificar em Imperatriz. A recomendação é principalmente aos moradores que
residem próximos às regiões ribeirinhas, de encostas, córregos ou riachos. Aos
condutores de veículos, motocicletas, bicicletas e pedestres, ele orienta que
ao perceberem a existência de correnteza evitar a travessia nesses locais,
assim como ruas e avenidas que estiverem totalmente alagadas pela água da
chuva.
“Nós verificamos que em vários locais,
pedestre, ciclistas e motociclistas enfrentam a correnteza da chuva, podendo
causar graves danos à vida. Por isso, sugerimos à eles que utilizem as calçadas
para que não corram risco de vida, podendo ser arrastados pela enxurrada da
chuva. Além disso, há risco em relação à rede elétrica em pontos considerados
críticos, devendo redobrar os cuidados nessa época do ano”, disse ele.
O superintendente alerta ainda aos donos
de veículos que evitem deixar estacionado o automóvel em locais [conhecidos]
considerados “pontos de alagamentos” em algumas ruas e avenidas de Imperatriz.
“Nós presenciamos in loco
motocicletas e carros estacionados em locais de riscos, considerados pontos de
alagamentos na cidade”, frisa. Para ele, os condutores de veículos precisam
redobrar a atenção e evitar estacionar nesses locais como forma de evitar danos
materiais, principalmente quando de chuva torrencial na cidade de Imperatriz.
Emergência
– Existe um plano
emergencial para atender pessoas que poderão ficar desabrigadas por causa do
período chuvoso. Se houver necessidade, essas famílias poderão ser removidas
para escolas, ginásios ou para o Parque de Exposição Lourenço Vieira da Silva.
Moradores estão
preocupados com nível do rio Tocantins
A senhora Maria do Nascimento, de 77 anos, residente
há 23 anos no bairro da Caema, confessou à reportagem que, durante essas duas
décadas, enfrentou vários problemas de alagamentos provocados pelo
transbordamento do nível do rio Tocantins. Ele lembra que no começo da década
de noventa a enchente “expulsava” os ribeirinhos de suas residências no início
do período chuvoso em Imperatriz. “A enchente nesses últimos anos não está
cobrindo o telhado das casas, e os alagamentos acontecem de repente pegando
[nós] moradores de surpresa, ocasionando prejuízos econômicos”, conta ela, que
admite que apesar das enchentes não pretende se mudar para outro bairro em
Imperatriz.
Ela reconhece a soma de esforços do município de
Imperatriz, por intermédio da Defesa Civil, que durante o período de cheia do
rio Tocantins auxilia os moradores atingidos pela enchente transportando os
móveis e eletrodomésticos e concedendo abrigo nas dependências do Parque de
Exposição Lourenço Vieira da Silva. E avalia ainda que depois da construção da
usina hidrelétrica de Estreito reduziu o número de enchentes, mas lamenta que ainda
ocorram casos como esses devido a oscilação repentina do nível do rio
Tocantins, provocado pela abertura das comportas da UHE.
Antonia Alves de Sousa, dona de casa, reside há 14
anos no bairro da Caema, ela recorda que em virtude das constantes enchentes
que aconteciam no rio Tocantins perdeu praticamente todos os móveis,
renovando-os após cada nova enchente. “Já ficamos abrigados nas dependências do
Parque de Exposição Lourenço Vieira da Silva, bem como nos bairros União e
Parque Alvorada”, conta ela, que também não deseja sair do bairro da Caema. “Só
saio daqui direto para o cemitério”, emenda.
Saiba o quê
fazer para evitar deslizamentos
O superintendente da Defesa Civil, Chico do
Planalto, aconselha à comunidade a não destruir a vegetação das encostas,
consertar vazamentos, o mais rápido possível, e não deixar água escorrendo pelo
chão, o ideal é construir canaletas; juntar o lixo em depósitos para o dia da
coleta e não deixá-lo entulhado; não amontoar sujeita e lixo em lugares
inclinados porque entopem a saída de água e desestabilizam os terrenos
provocando deslizamentos e, ainda, não jogar lixo em vias públicas ou
barreiras, pois ele aumenta o peso e o perigo de deslizamento.
Além disso, ele orienta a população a não dificultar
o caminho das águas de chuva com lixo ou entulhos, não fazer cortes nos
terrenos de encostas sem licença da prefeitura, para evitar o agravamento da
declividade, solicitar a Defesa Civil, em caso de encostas, a colocação de
lonas plásticas nas barreiras, não plantar bananeiras e outras plantas de
raízes curtas, porque as raízes dessas árvores não fixam o solo e aumentam os
riscos de deslizamentos.
Fotos: Sidney Rodrigues e Josa Almeida
Gil
Carvalho-Comunicação]