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Viúvo da médica se diz indignado com acusações

Acusado pela polícia de envolvimento na morte da própria esposa, a médica-cirurgiã Viviane Martins, de 38 anos, executada a tiro em suposta tentativa de assalto, dia 20 de setembro de 2010, o técnico em enfermagem Francisco Charles dos Santos concedeu entrevista para rebater as acusações que lhe foram imputadas.
A perícia técnica diz que o tiro que matou a médica partiu de dentro do veículo e não de fora para dentro como Francisco relatou.
Na ocasião do crime ele também foi baleado no peito por uma mulher. O filho do casal, de apenas três anos, saiu ileso do crime ocorrido no Km 340 da BR-010, na divisa entre os municípios de Santa Maria do Pará e São Miguel do Guamá, no nordeste do Estado. Há quase dois meses Francisco tem sido impedido de ver o filho que está com os avôs maternos.
O advogado Hilário Júnior, que defende Francisco Charles da acusação, afirma que não foi levada em consideração a trajetória do projétil e explica. “A trajetória da bala é o percurso que o projétil faz ao sair da arma até atingir o alvo. O trajeto da bala é o percurso que a bala faz depois de atingir o alvo”.
Além dessa argumentação, Hilário lembra que o delegado Otto Wirtz, titular da delegacia de Santa Maria do Pará, apresentou a ele uma arma encontrada às proximidades do local do crime. “Era um revólver calibre 38. Mas a bala que atingiu Viviane era de baixo calibre e se fragmentou ao atingi-la. Eu perguntei a várias pessoas especialistas em armas se uma bala de 38 se fragmentaria ao atingir uma pessoa à queima-roupa. Todos disseram que isso é impossível e que a bala atravessaria o alvo. E mesmo que juntasse todos os fragmentos retirados não daria um grama. A quantidade é equivalente a uma bala de calibre 22 ou uma beretta”, explica o advogado.

INDIGNAÇÃO
Francisco Charles acredita que houve precipitação na acusação feita contra ele. “Eu fico um pouco indignado. O laudo foi prematuro. Só deveriam ter divulgado após a reconstituição do crime (ocorrido anteontem). Agora, após a reconstituição, as coisas poderão se esclarecer”.
Apesar das considerações, foi com base no laudo que o delegado Otto Wirtz, titular da delegacia de Santa Maria do Pará, indiciou Francisco Charles. O advogado Hilário Júnior questiona se algum perito do Centro de Perícias Científicas “Renato Chaves” (CPCRC) se manifestou ou deu declarações a respeito do laudo. “Ninguém falou. Mas quem tem falado na imprensa acho que tem se equivocado”.
Francisco Charles diz que é vítima de um esquema que tenta denegrir sua imagem, tanto que se viu obrigado a deixar Paragominas. “A advogada de defesa da família da minha ex-mulher tem feito ‘cenas’ na cidade, me chamando de assassino, gigolô. Arranharam meu carro, tanto que saí de Paragominas e fui morar com meus pais”.
Segundo ele, existe um grupo de pessoas interessado em prejudicá-lo e manter a acusação. “Acredito que tudo isso é uma condenação antecipada. Deixam bilhetes, me bombardeiam nas rádios. Não vejo meu filho há quase dois meses”, diz o técnico em enfermagem, biólogo e gestor.

SEGURO
Questionado se tinha alguma motivação para matar a ex-mulher, Francisco negou. “Nós tínhamos uma casa e um lote em Paragominas. Ela tinha um seguro ainda do primeiro casamento que estava no nome do ex-marido. Era no valor de 750 mil reais. Mas não poderia receber, pois estava no nome do ex-marido dela. Não brigávamos, não discutíamos. Tanto que a nossa babá prestou depoimento, pois acompanhou nosso relacionamento desde o início”.
Francisco aponta alguns erros ocorridos ainda no decorrer do inquérito. “Solicitaram meu exame de pólvora combusta somente 30 dias depois. O nosso carro, um EcoSport, nunca foi periciado. Essas coisas conspiram contra mim. Se os exames tivessem sido feitos em tempo hábil, a situação seria outra”, alega.
A esperança de Francisco seria a prisão de uma mulher ocorrida na noite de anteontem em Santa Maria. O advogado Hilário Junior já solicitou à polícia um auto de reconhecimento para que Francisco possa ficar frente a frente com a presa e tentar reconhecer se foi ela que atirou em Viviane e nele. Mas ele já esteve próximo da presa e de antemão disse que ela se parece bastante, mas é mais alta. “Se ele quisesse se safar ele a teria acusado. Não é o caso. Mas tudo isso será argumentado na Justiça”, declarou Hilário Júnior.
Não foi possível falar com o delegado Otto Wirtz por telefone, para saber como está o andamento do processo e quais são as verdadeiras implicações impostas contra Francisco Charles. (Diário do Pará

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