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Caso Viviane Marins: Acusado contesta laudo

Acusado e vítima
Perícia aponta técnico em enfermagem como o assassino da própria esposa. Ontem, ele sorriu ao ser confrontado.



EDIVALDO MENDES
Castanhal, PA



Principal suspeito da morte da esposa, a médica Viviane Marins dos Santos, o técnico em enfermagem Francisco Charles disse ontem ao delegado Otto Henrique Dias Wirtz, em Paragominas, que "certamente está errado" o laudo de exame produzido pelos peritos criminais Marco Antonio Pena Muniz e Mauro Moura de Araújo, do Instituto de Perícias Científicas de Castanhal.
O laudo desmonta a versão contada à polícia pelo acusado. Segundo ele, na noite de 20 de setembro de 2010, às margens da Belém-Brasília, em Santa Maria do Pará, ele parou o carro que dirigia para socorrer uma mulher caída no chão, quando foi surpreendido com o anúncio de um assalto. Francisco afirmou que a mulher fez um disparo que acertou a nuca de Viviane, quando ela estava sentada no banco do carona. Francisco disse ainda que nesse instante ele estava na parte de trás do carro, na frente da suposta assaltante, quando esta atirou, matando a médica.
Os peritos criminais concluíram que quem fez o disparo "só poderia estar posicionado ao lado esquerdo da vítima, dentro do veículo ou próximo à janela do motorista, uma vez que de qualquer outra angulação haveria, necessariamente, perfuração interna ou externa no veículo, fato não observado". Os peritos afirmam, ainda, que a trajetória do projétil no interior do cadáver foi "de trás para diante, ligeiramente de baixo para cima e da esquerda para a direita". Isso significa dizer que o tiro não poderia ter sido feito por uma pessoa que estava de pé, na parte traseira do veículo. "No decorrer da presente apuração, comprovou-se o cometimento do delito de homicídio por parte do nacional Francisco Charles dos Santos. Constituem provas materiais os laudos periciais do Instituto de Perícias de Castanhal", afirmou o delegado Otto, no seu despacho de indiciamento do acusado.
O crime do qual Charles está sendo acusado pela Polícia Civil ainda repercute em Paragominas, onde Viviane, que era cirurgiã, trabalhava. Na última quinta-feira, várias pessoas se prontificaram a prestar depoimento ao delegado do caso, que se deslocou para aquela cidade para ouvir os relatos. Elas contaram detalhes de um relacionamento que começou apaixonado e depois se transformou em tragédia, principalmente por conta da infidelidade de Charles, que chegou a ser flagrado fazendo sexo dentro de um carro, em via pública. Uma amante do acusado, Kamila Braga dos Santos, vive hoje com ele, depois que se separou de um conhecido traficante de drogas de Paragominas, conhecido por Elói, e que está preso na penitenciária daquele município. Foi dele que Kamila teria conseguido um revólver. A polícia investiga se essa arma, com numeração raspada, fora a mesma usada para matar Viviane.


Inquérito deve ser concluído até o final do mês, diz delegado
O delegado Otto espera concluir o inquérito até o final do mês, para entregá-lo ao juiz da Comarca de Santa Maria do Pará, área onde o crime foi cometido. Ele já ouviu 15 pessoas, inclusive as que residem próximo ao local onde a médica foi assassinada. "Precisamos provar a motivação desse crime, a materialidade já temos comprovada. O caso é complexo", afirmou Otto Dias, que ontem ouviu Charles na condição de acusado pela primeira vez. O delegado disse que, por enquanto, "não vê necessidade" de reconstituição do crime, como quer a promotora de justiça Francys Galhardo, da Comarca de Santa Maria do Pará.
"Por enquanto o maior condenado nessa história está sendo o filho do casal, hoje com três anos, e que estava dentro do carro quando a Vivi foi assassinada. Ele sente muito a falta da mãe", disse a advogada Ivone Magalhães, cunhada de Viviane e quem representa a família da médica, atuando como assistente de acusação no inquérito. Ontem, quando viu Charles entrar na seccional de Paragominas, Ivone não se conteve: "Tu pensavas que ias ficar impune, seu assassino", disse. O acusado sorriu e se dirigiu à sala do delegado, onde passou três horas prestando depoimento.


Fonte: http://blogdobrunonascimento.blogspot.com/2011/05/caso-viviane-marins-acusado-contesta.html

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