Monólogo dos podres poderes
Crônica escrita por Jéssica Paola, Rio de Janeiro 17/jun
Ouviram do Ipiranga às margens clássicas da primavera de lixo,
varrendo ramas de flores para debaixo do tapete do "necrotério da
justiça" com paredes de gás lacrimogêneo. Diante dos impostos de
impostores e decisões paradoxais, o poeta da antiga Miritiba citaria, à visão
de leis, como quem olha a base de um mapeamento cromossômico com deficiência,
no caso, destapamento do mapa estatal: "feio poema de sangue e lama".
- declarou sobre a facínora que imperava nos sertões, por metralhadores que
repinicassem nas Caatingas em tempos de Lampião.
Saudemos o cangaço disfarçado: o armamento da sutileza dos 1,99, IPTU,
IPVA, I's mais, transferências de renda, mensalões, inflações, outros
ões, para os pratos de pães e platéia pro circo.
Deste solo és mãe gentil para os filhos refugiados das
consequências das próprias vaias, que eram abaixo do hino e acima da gentil
maternidade patriota: Uma salva de palmas ao tiro no pé.
Agindo fora dos padrões de Zópiro, falsa vítima de Dario, que cortou as
próprias orelhas e nariz "por opinar no levantamento do cerco",
cortam, os filhos deste solo (se ergues da justiça a clava forte!), a
voz da injustiça quando se colocam a gritar, que seria, por justa troca de
palavras e por adesão viral ao movimento: lavar roupa no tanque alheio.
Em contrapartida, é empobrecedor anular todos os fatores históricos (se
lê roubos históricos) para a defesa da ética, quando a ética é um elemento
questionável neste país, e o principal objetivo de luta dos manifestantes. É
exigir leite de uma vaca produtora de sucos de laranja.
Se o penhor dessa igualdade é o puro mártir da federação
pela execução da singularidade do plural, conquistemos com braços fortes o
hino do Brasil para o brasileiro que luta pela exclusão do governo que
se faz dissuadir do seu intento patriótico para um desfecho de baile de filhos,
que com desregramento de pares, reafirma o sucesso da contradança.
contradança
(francês contredanse)
s. f.
1. Dança figurada de quatro ou mais pares que se defrontam
uns com os outros. = QUADRILHA;
Assim como nós pagamos por aqueles que nos tem roubado à preço de banana (e a bananada
que nos rouba a preço d'ouro), não os deixe como o fruto que de tamanha
dimensão cultural e histórica gerou expressão, livrai-nos, escritores, (por
ordem do padroeiro S. Francisco de Sales!) da interrogação "Com quantos
tiros se faz uma coluna?" , pelo Brasil de ontem pra hoje, de hoje em
diante: Amém.
Brasil, de amor eterno seja símbolo
O lábaro que ostentas estrelado,
E diga o verde-louro desta flâmula
- Paz no futuro e glória no passado.
O lábaro que ostentas estrelado,
E diga o verde-louro desta flâmula
- Paz no futuro e glória no passado.
Valor da prece: R$ 0,20 centavos.
Jéssica Paola,
Rio de Janeiro 17/jun