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Braço direito de Nem era um dos torturadores da quadrilha, diz polícia

Hanrrikson de Andrade

Do UOL Notícias, no Rio de Janeiro


Róbson Alves Silva Porto, conhecido como 99, suspeito de chefiar o narcotráfico na favela do Vidigal e ser integrante do alto escalão da quadrilha de Antônio Bonfim Lopes, o Nem, é apontado pela Polícia Civil como um dos torturadores do bando. Ele foi preso na quinta-feira (24).

Segundo a polícia, a quadrilha pertencente à facção Amigos dos Amigos (ADA), que controlava também as comunidades da Rocinha e da Chácara do Céu, na zona sul do Rio de Janeiro, antes da ocupação.

De acordo com investigações do serviço de inteligência da Polícia Militar, o alto do morro do Vidigal era um dos pontos utilizados pelo crime organizado da região como "tribunal do tráfico" - onde as vítimas eram assassinadas por qualquer motivo que contrariasse os interesses da quadrilha.



Porto foi localizado por agentes da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) de Belford Roxo em um imóvel nas proximidades da favela da Vila Vintém, em Realengo, na zona oeste. A prisão só foi possível em razão de uma informação anônima passada pelo Disque-Denúncia.

A favela da Vila Vintém também é dominada pela facção Amigos dos Amigos (ADA), e há uma investigação em curso sobre uma suposta fuga de traficantes da Rocinha, do Vidigal e da Chácara do Céu para essa comunidade. Desde o início da operação "Choque de Paz", seis criminosos da Rocinha já foram localizados na Vila Vintém.


Esquema de lavagem de dinheiro

Na semana passada, a Polícia Federal (PF) identificou cinco laranjas de um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro do traficante Nem, que envolve advogados, contadores e empresas, que atuam fora da comunidade onde ele comandava o tráfico de drogas desde 2005.

Os investigadores advertem que o esquema é complexo e a lavagem de dinheiro envolve propriedades localizadas fora do Estado do Rio de Janeiro. Um dos envolvidos mora em uma cobertura de luxo na Barra da Tijuca, bairro nobre da zona oeste da cidade.

"A investigação não tem prazo definido e será profunda. A PF vai bater no braço financeiro desta organização", afirmou o delegado Victor Hugo Poubel, titular da Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros da PF.

A investigação sobre lavagem de dinheiro começou com a identificação dos advogados que acompanhavam o traficante no momento da prisão. A polícia recolheu informações sobre o alto poder aquisitivo dos três homens, que tentaram dar fuga a Nem e esconderam o traficante no porta-malas de um Corolla. O ex-chefe da Rocinha foi preso na madrugada do dia 10 de novembro.

No carro, a polícia apreendeu 50,5 mil euros e R$ 59,9 mil, mas os advogados chegaram a oferecer R$ 1 milhão aos policiais do Batalhão de Choque da PM do Rio, que fizeram a abordagem ao carro, antes da chegada dos policiais federais.


Xerifa
Os setores de inteligência das forças policiais do Rio também tentam descobrir o esconderijo de Danúbia de Souza Rangel, 27, namorada de Nem.

 A polícia do Rio de Janeiro tenta descobrir a partir de denúncias anônimas o esconderijo de Danúbia de Souza Rangel, 27, namorada do ex-chefe do tráfico de drogas na Rocinha, Antônio Bonfim Lopes, o Nem, preso na semana passada. Em fotos divulgadas em rede social, a "xerifa da Rocinha", como ela gostava de ser chamada na comunidade, aparece esbanjando joias e roupas de marca Mais ReproduçãoSegundo a polícia, o nome da Xerifa da Rocinha, como ela gostava de ser chamada na comunidade, consta em uma investigação da Polinter, concluída em 2009, sobre o suposto esquema de lavagem de dinheiro do tráfico. Porém, não há mandado de prisão contra ela.


A polícia trabalha com a hipótese de que a namorada de Nem teria mudado o visual a fim de facilitar a fuga da Rocinha. Há informações de que ela estaria com os cabelos pretos e curtos, e não loira como mostram todas as fotos nas quais a Xerifa da Rocinha aparece esbanjando joias de ouro e outros artigos de luxo.



Luxo e ostentação

Nem nunca poupou esforços para dar uma vida repleta de luxo e ostentação para a namorada, que já teve relacionamentos com outros dois traficantes mortos, conhecidos como Mandioca (de quem teve um filho) e Marcélio, ambos do Complexo da Maré, na zona norte do Rio. Em seu perfil numa rede social, Danúbia postava inúmeras fotos nas quais aparece com joias de ouro, roupas de marca, bebidas importadas, entre outras.

Além da extravagância da rotina de primeira dama do narcotráfico na Rocinha, a polícia acredita que todos esses gastos serviam para lavar o dinheiro do crime organizado.

Danúbia e Nem moravam em uma luxuosa casa em uma localidade conhecida como Cachopa - é necessário subir uma ladeira bastante íngreme para chegar ao imóvel. Segundo vizinhos, ambos só circulavam pela favela pilotando motos de última geração.

A residência possui deque com piscina, churrasqueira de alvenaria, banheira de hidromassagem, cômodos amplos, um terraço com vista panorâmica da favela (incluindo a Pedra da Gávea), entre outras características que destoam da realidade socioeconômica dos barracos no entorno. Em uma das paredes da casa, havia um banner com fotos sensuais da ex-primeira dama do narcotráfico da Rocinha.

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