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Paquistaneses questionam morte de Bin Laden; EUA matam 17

Por Augustine Anthony


ISLAMABAD (Reuters) - Aviões não-tripulados dos EUA dispararam mísseis em uma casa na região do Waziristão do Norte, no Paquistão, matando pelo menos 17 supostos militantes, e islâmicos protestaram contra a morte de Osama bin Laden por forças dos EUA no país.
Quatro aeronaves participaram do primeiro ataque deste tipo desde que as forças especiais norte-americanas mataram o líder da Al Qaeda perto de Islamabad, aumentando a tensão entre os aliados estratégicos cuja cooperação é necessária para estabilizar o vizinho Afeganistão.
Enfrentando repetidos atentados de homens-bomba de militantes islâmicos e lutando com uma economia estagnada, os líderes paquistaneses agora recebem críticas de todos os lados sobre Bin Laden.
Tanto islâmicos quanto paquistaneses comuns questionam como seus líderes podem ficar passivos enquanto os EUA enviam soldados para uma cidade que sedia uma guarnição militar para eliminar o cabeça da Al Qaeda.
Ao mesmo tempo, as suspeitas de que algumas forças de segurança do Paquistão podem ter sabido que ele se escondia no país ameaçam afetar os já esgarçados laços com Washington.
'A liderança política e militar do país deveria renunciar imediatamente, já que não foi capaz de garantir a integridade do país', disse Fareed Ahmed Paracha, líder do maior partido islâmico paquistanês, o Jamaat-e-Islami, em um comício na cidade de Lahore, no sul.
'Isto é um ataque à soberania do Paquistão', afirmou Paracha sobre o assalto dos soldados dos EUA que pôs fim a uma das maiores caçadas humanas da história.
Predominantemente muçulmano, o Paquistão ainda não assistiu nenhum grande ato de retaliação à morte de Bin Laden, que revoltou os islâmicos.
Cerca de 1.500 deles protestaram perto da cidade de Quetta, capital da província do Baluquistão, no sudeste, dizendo que mais figuras como Bin Laden surgirão para fazer a guerra santa contra os Estados Unidos.
'A jihad (guerra santa) contra a América não terminará com a morte de Osama', disse o clérigo Fazal Mohammad Baraich entre gritos de 'Abaixo a América'.'Osama bin Laden é um shaheed (mártir). O sangue de Osama dará a luz a milhares de outros Osamas.'
Em Abbottabad, onde aconteceu a operação norte-americana, dezenas de islâmicos marcharam pelas ruas pedindo aos EUA que saiam do Paquistão e do Afeganistão.'A América é o maior terrorista do mundo', dizia um cartaz.Pequenos protestos foram realizados nas cidades de Multan, Hyderabad e Abbottabad.
O sentimento antiamericano é forte na região, apesar dos bilhões de dólares de ajuda dos EUA ao nuclearizado Paquistão.
Os partidos religiosos paquistaneses normalmente não vão bem nas eleições, mas exercem influência considerável nas ruas de um país onde o Islã se torna mais radical.

(Reportagem de Gul Yousafzai em Quetta, Haji Mujtaba no Waziristão do Norte, Kamran Haider em Abbottabad e Faisal Aziz em Karachi)

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