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Polícia prende homem que teria vendido arma a atirador; homem admitiu ter vendido também munições

Hanrrikson de Andrade
Especial para o UOL Notícias



Segundo informações do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, os peritos da Polícia Civil conseguiram identificar o número de série do revólver, que estava raspado. Pela numeração, os investigadores encontraram o proprietário e vendedor confesso da arma, Manuel Freitas Louvise, 57.

Louvise admitiu em depoimento ter vendido o revólver, os carregadores "jet speed" (ou "speed loader") e uma grande carga de munição, esta última pelo menos em duas oportunidades, segundo o Tribunal de Justiça.
A juíza Maria Paula Gouvêa Galhardo acatou a denúncia do Ministério Público e deferiu o pedido de prisão preventiva por considerar que o acusado oferece "risco a ordem pública uma vez que, mesmo sabendo dos riscos oferecidos por armas de fogo, cometeu o crime de vendê-la juntamente com carregadores e munição sem se preocupar com as consequências".
A magistrada também observou que Louvise "manteve-se oculto" mesmo sabendo da "atrocidade cometida contra as 12 crianças assassinadas" e da investigação para encontrar os vendedores das armas a Wellington Menezes de Oliveira. Segundo ela, tais circunstâncias provam a periculosidade do acusado.
De acordo com a assessoria da Polícia Civil, Louvise trabalhava em um abatedouro no qual Oliveira esteve empregado até agosto do ano passado e foi preso pelo crime de comércio ilegal de arma de fogo.
No último dia 9, a Divisão de Homicídios anunciou a prisão de dois suspeitos de terem vendido a arma calibre 32 a Oliveira. A divisão da Polícia Civil fez o pedido de prisão preventiva ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro após ter ouvido depoimento dos suspeitos na noite de sexta-feira (8).
O chaveiro Charles Souza dos Santos e o desempregado Isaías da Silva foram detidos por policiais militares do 21º Batalhão, de São João de Meriti (Baixada Fluminense), no bairro de Santa Cruz, zona oeste do Rio.
A prisão se deu após os PMs serem informados por uma terceira pessoa sobre a conversa entre Charles e Isaías na qual a dupla afirma que a arma vendida para o Sheik (apelido de Wellington), estava "afiadinha".
O revólver calibre 32 teria sido vendido por R$ 260, mas Charles e Isaías teriam ficado apenas com R$ 30 cada. O nome fornecido pela dupla ao delegado Felipe Renato Ettore, titular da Divisão de Homicídios (DH) do Rio, como sendo o do dono do revólver aparece nos dados da polícia como desaparecido ou morto. O outro revólver está com a numeração raspada.



Entenda o caso
Na quinta-feira (7), por volta de 8h30, Wellington Menezes de Oliveira entrou na escola Tasso da Silveira, em Realengo, dizendo que iria apresentar uma palestra. Já na sala de aula, o jovem de 23 anos sacou a arma e começou a atirar nos estudantes.
Oliveira deixou uma carta com teor religioso, onde orienta como quer ser enterrado e deixa sua casa para associação de proteção de animais.
O ataque, sem precedentes na história do Brasil, foi interrompido após um sargento da polícia, avisado por um estudante que conseguiu fugir da escola, balear Oliveira na perna. De acordo com a polícia, o atirador se suicidou com um tiro na cabeça após ser atingido. Ele portava duas armas e um cinturão com muita munição.
Na sexta (8), 11 vítimas foram sepultadas nos cemitérios da Saudade, Murundu e Santa Cruz. Já no sábado pela manhã, o corpo de Ana Carolina Pacheco da Silva, 13, o último a deixar o Instituto Médico Legal (IML), foi cremado no crematório do Carmo, no centro do Rio.

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