
Entrou pela madrugada, o julgamento do acusado de matar a estudante Camila Fontenele em novembro de 2006. O julgamento do crime, que comoveu a sociedade em Imperatriz, terminou, hoje de manhã às 5h. Jô Gonçalves dos Santos sentou no banco dos réus depois de 2 anos e quatro meses após o assassinato da estudante. Ele foi condenado a 26 anos e seis meses de prisão.

Discordo dos termos utilizados no título da postagem. "Saiu barato" não seria, em nenhuma hipótese, os termos ideais para expressar a pena a que foi condenado o réu.
ResponderExcluirDisso isso porque, vale ressaltar, trata-se de um jovem (apenas 27, 24 à época do crime) que nunca havia cometido crimes, pobre e com pouquíssima formação escolar (apenas 6ª série do ensino fundamental). Pelo que foi demonstrado durante todo o julgamento (que acompanhei até o seu desfecho, já na manhã de hoje), o réu cometeu o crime porque foi iludido com a promessa de recompensa.
Imagine-se na posição do réu, durante 21 horas com a cabeça baixa, ouvindo todos os tipos de acusações, remoendo a situação que, certamente, para ele, foi traumática. Por outro lado, posso imaginar a dor de Cleanes (mãe da vítima de homicídio e vítima de tentativa) e de Eduardo, que encontrou sua irmã morta e sua mãe prestes a ser assassinada (segundo versão do próprio), o que se construiu na mente desse rapaz, que à época, tinha apenas 16 anos de idade?
E fica as grandes questões do caso: quem, e porque, teria ordenado a Jó que cometesse o crime? Porque "Roberto Veículos" foi assassinado 28 dias depois? Porque Cleanes continua casada, vivendo com o marido, mesmo com a suspeita de que este tenha mandado assassiná-la?
Não, não saiu barato, nem para Jó Gonçalves, nem para a família de Camila.
Deveríamos olhar um pouco mais para o ser humano dentro daquele que comete crimes, e perceber que eles são frutos da sociedade. Sugiro a leitura do livro "Em busca das penas perdidas" e o filme "última parada - 174", que demonstra aspectos desse fato.