Do UOL, em Brasília
Protestos contra o aumento da tarifa do transporte coletivo
Após os protestos ocorridos na última semana e na segunda-feira (17) em todo o país, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, afirmou nesta terça (18) que antes de tudo é "preciso entender" o funcionamento dos novos protestos. "Não conseguimos entender o que está ocorrendo ainda. São novas formas de organização de mobilização que ainda não compreendemos".
O ministro disse que as manifestações tradicionais são com carro de som e lideranças. "Conversei com alguns manifestantes. Eles não têm líderes e é difícil entender esse comportamento."
Ontem, em breve nota oficial, a presidente Dilma Rousseff defendeu as manifestações, desde que pacíficas. "As manifestações pacíficas são legítimas e próprias da democracia. É próprio dos jovens se manifestarem", afirmou a presidente em texto divulgado pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.
Ontem, o ministro se propôs a receber alguns manifestantes que protestaram em frente ao Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília, antes da partida de abertura da Copa das Confederações no sábado. No entanto, apenas uma manifestante e o pai dela compareceram no Palácio do Planalto.
A estudante de ciências políticas Illyusha Montezuma, 21, conta que foi agredida ao tentar participar da manifestação. "Fui pedir informação para um policial em cima de um cavalo para saber como passar pela barreira policial e fui empurrada, levei um tapa", disse.
O pai dela, o bancário Rodrigo Montezuma, que também é ativista social, mas não estava no protesto, disse à imprensa, depois do encontro, que cobrou de Carvalho investimentos em áreas como saúde, segurança e educação. Ele reiterou que não falava em nome de outros movimentos.
O ministro comentou a adesão em massa aos protestos. "Em relação ao conteúdo, temos que estar atentos para entender o porquê de uma adesão tão ampla e massiva. Temos que estar sensíveis; caso contrário vamos na contramão da história. Vale a pena estarmos atentos, para compreender e dar uma resposta adequada a esse novo tempo vivido pelo Brasil."