Do UOL, no Rio de Janeiro
“60% das críticas são porque eu sou mulher”, disse Patrícia Amorim. A presidente do Flamengo usou as reuniões do Clube dos 13 para exemplificar casos de machismo e disse que as situações “machucam muito”. “Havia um excesso de gentileza, de preocupação. Quando tem excesso é porque as pessoas querem mostrar que não estão desconfortáveis. Mas no fundo estão. E tem também o tom pejorativo das críticas. Nesta hora é Patricinha, presidente do Parquinho. Por que não falam presidente do CT? Sou presidente do Flamengo, o maior clube do Brasil”.
Na entrevista de quase uma hora ao jornal, Patrícia Amorim falou sobre Ronaldinho Gaúcho e Joel Santana. A mandatária não falou sobre saídas, mas reforçou que não garante a permanência de nenhum dos dois. “Tem vários momentos. Ano passado, quando pagávamos apenas R$ 250 mil do salário do Ronaldinho, fomos campeões cariocas invictos e fomos à Libertadores. Era barato. Agora, ele custa R$ 1 milhão. A torcida é implacável, vaia quando tem que vaiar, e tem que ser assim mesmo. Temos que ir avaliando dia a dia o custo benefício. Mas se chegar a um ponto em que a torcida e os sócios não estiverem mais satisfeitos, a gente repensa. Mas continuamos acreditando nele”.
O técnico Joel Santana retornou ao Flamengo no início de fevereiro para o lugar de Vanderlei Luxemburgo. Mas também não tem permanência garantida. “Um dia de cada vez, senão você nem acorda”, disse Patrícia Amorim. O treinador está com o cargo ameaçado desde a queda precoce na Copa Libertadores - foi eliminado na primeira fase. Agora, aposta no Campeonato Carioca para 'salvar' o semestre. E o jogo de domingo, às 16h, contra o Vasco pela semifinal da Taça Rio, pode ser determinante para o futuro do comandante rubro-negro.
Patrícia Amorim também aproveitou para rebater as críticas sobre a presença constante de seu marido, Fernando Shiman, na Gávea. "Você vê um político como o Lula, por exemplo, sempre ao lado da Dona Marisa. Eu também sempre estou com meu marido. Mas isso não quer dizer que eu pergunte a ele o que tenho que dizer em reunião. Tenho sim uma família bacana, sou bem casada. Meu marido, no máximo, dá um conselho", explicou a presidente.
Patricia Amorim
