Hospitais do Rio ainda têm quatro alunos feridos em estado grave; vítimas doarão órgãos

Bernardo Feital
Especial para o UOL Notícias



Dois adolescentes internados no Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, que fica em Saracuruna, bairro de Duque de Caxias, na Grande Rio, ainda estão em estado grave e permanecem na UTI, mas com quadro estável nesta sexta-feira (8).
Luan Vitor Pereira, 13, e Thayane Tavares Pereira, 13, dois alunos alvejados pelo atirador Wellington de Menezes nesta quinta-feira (7) em uma escola em Realengo, chegaram ao hospital ontem após serem transferidos do Hospital Estadual Albert Schweitzer. O estudante Igor Moraes da Silva, 13, também estava internado no Adão Nunes, mas morreu na noite de ontem.
Luan está com lesão cerebral grave e permanece na UTI nesta sexta-feira. Thayane está na UTI, com quadro estável, mas ainda tem uma fratura exposta no cotovelo que os médicos ainda não conseguiram operar devido aos outros ferimentos -- Thayane foi alvejada na coluna vertebral e corre o risco de ficar paraplégica.
Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, há 12 feridos no massacre da escola municipal Tasso da Silveira, que estão sendo atendidos em seis hospitais diferentes do Rio. Um deles, P.S.F., 14, teve lesão na perna, foi examinado na unidade e teve alta do Hospital Estadual Albert Schweitzer na noite de ontem.
Além de Luan e Thayane, há mais dois feridos em estado grave: J.O.S., com lesão vascular grave, e E.C., baleado no abdômen. J.O.S, 14 anos, está sendo operado nesta manhã no Hospital Estadual Alberto Torres.
No Hospital Estadual Albert Schweitzer, estão sendo atendidos C.M.V.S., 13 anos (fratura de antebraço; estável); E.C., 14 anos (baleado no abdômen e mão; estado grave), D.D., 13 anos (baleado no abdômen; está estável) e R.L., 13 anos (baleada no abdômen; estável).
No Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia, estão sendo tratados I.B.O.P., 13 anos (baleado no braço; estável) e B.R.T., 13 anos (baleada nas mãos; estável). No Hospital Universitário Pedro Ernest, L.G.C., 13 anos (baleado na perna e no braço; estável) recebe tratamento e, no no Hospital da Polícia Militar, está internado A.M.F.S., 14, anos (baleado na cabeça, mão e clavícula, estável).

Enterros

Nesta sexta-feira (8), começam a ser enterradas as vítimas do massacre. Ao todo, 12 estudantes da escola --10 meninas e dois meninos-- foram mortos no tiroteio promovido por Wellington Oliveira.
Foram confirmados os funerais de quatro vítimas: Laryssa Silva Martins, 13, e Mariana Rocha de Souza, 12, serão sepultadas às 11h no cemitério do Murundu, na zona oeste; Géssica Guedes Pereira, 15, no cemitério Ricardo de Albuquerque, também na zona oeste do Rio, às 15h; e Larissa dos Santos Atanázio, 13, no cemitério Jardim da Saudade (o horário não foi divulgado).
Já o atirador, em carta que deixou antes de se matar, pediu para ser enterrado "ao lado da sepultura onde minha mãe dorme. Minha mãe se chama Dicéa Menezes de Oliveira e está sepultada no cemitério Murundu”.

Doações de órgãos
As famílias de algumas das vítimas devem doar os órgãos dos adolescentes para transplante.
A família de Karine Lorraine doará as córneas da garota. "O que acalma a gente é saber que ela vai se manter viva em outra pessoa. Isso é muito bonito e nos ajuda a enfrentar tudo isso", explicou a tia, Ana Paula Sampaio dos Santos. A família doou as córneas de Karine e agora espera conhecer a pessoa que será beneficiada pelos órgãos. "A gente nunca espera passar por isso, mas essa foi a melhor decisão", disse.
Os parentes de Igor Moraes da Silva, 13, também pretender doar as córneas do garoto -- a mãe já autorizou a doação e a família espera a autorização do pai.
Ontem, o diretor de Polícia Técnica Científica do Estado, Sérgio da Costa Henrique, afirmou que três famílias já haviam autorizado a doação de todos os órgãos das vítimas, mas não idenfiticou quais eram as famílias.