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"Eu vi a morte de perto", diz estudante ao relatar massacre em Realengo

Hanrrikson de Andrade

Especial para o UOL Notícias



No Rio de Janeiro Ver em tamanho maiorTiroteio em escola no Rio de JaneiroFoto 41 de 49 - Mulher mostra foto de sua sobrinha, aluna da escola municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na zona oeste do Rio de Janeiro, após tiroteio nesta manhã Mais Vanderlei Almeida/AFPO estudante Thiago Mota, 14, aluno da oitava série da escola municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na zona oeste do Rio de Janeiro, ficou aproximadamente 20 minutos trancado em uma sala de aula enquanto Wellington Menezes de Oliveira, 23, o atirador que invadiu a unidade educacional nesta quinta-feira (7) e matou pelo menos 11 crianças, tentava arrombar a porta da classe. "Eu vi a morte de perto", relatou o garoto.




Thiago disse que estava na aula de português e se preparava para escrever uma redação no momento em que o atirador realizou o primeiro disparo. Inicialmente, todos acharam que se tratava de uma brincadeira, mas o professor achou melhor trancar a sala e checar o que estava ocorrendo. Ao perceber que corpos ensanguentados já se acumulavam pelos corredores, o professor correu para o lado de fora da escola e chamou a polícia.
Segundo o estudante, Wellington estava com duas pistolas e tentou arrombar a porta da classe com chutes e socos. "Eu fumei mesmo [maconha] e vim aqui dar uma palestra", repetia o atirador, aumentando o clima de pânico no interior de uma sala de aula do terceiro andar da instituição. De acordo com o jovem, o criminoso disparou mais de 100 tiros até ser alvejado pelo sargento Marcos Alves, do 14º Batalhão de Polícia Militar (Bangu), e posteriormente se suicidar.

Arma da ADA
Passado o período de terror, Thiago e os outros alunos foram retirados da sala e passaram por vários corpos ensaguentados, entre os quais o de um policial atingido nas costas. O estudante disse que uma das pistolas de Wellington tinha a seguinte inscrição: "ADA Capeta", em alusão à facção criminosa Amigos dos Amigos. Pelo menos duas amigas de Thiago --identificadas como Jéssica e Samira-- morreram baleadas na cabeça.
"Ele estava descontrolado, queria arrombar a porta e atirar na gente. Muitas garotas da minha sala passaram mal e começaram a rezar. Uma delas queria chegar perto da porta, mas eu a segurei. Parecia um filme de terror", afirmou o jovem.

Localização da escola
A estudante Bruna Vitória, 14, também permaneceu trancada na mesma sala enquanto o atirador disparava contra os alunos da escola. Ela evitou a imprensa ao sair da unidade educacional, mas protagonizou uma cena de forte comoção quando encontrou uma amiga que procurava por ela. A adolescente, também da oitava série, passou mal e foi socorrida por populares. Ela estava em estado de choque, segundo enfermeiros do Corpo de Bombeiros.
Já a dona de casa Jandira dos Santos estava desesperada em busca de sua neta, Larissa, 13, aluna da sétima série. Segundo ela, o pai e o tio da menina procuraram pela jovem em três hospitais diferentes e não conseguiram encontrá-la.
"Alguns colegas de classe que conseguiram sair disseram que a minha neta foi baleada no braço, mas eu já fui em uma igreja aqui perto, o pai dela está procurando pelos hospitais, e até agora nenhuma informação. É um desespero muito grande", disse.

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