| Antes as crianças eram levadas para São Paulo |
Em entrevista à reportagem, o odontólogo Leonilson Gaião, doutorado em buxomaxilofacial pela PUC (Pontifícia Universidade Católica) do Rio Grande do Sul, explica que “esse é um tratamento realizado por uma equipe multidisciplinar, complexo e de longo prazo”.
“Essas crianças que têm um lábio aberto apresentam um conjunto de problemas denominados de fissuras labiopalatal, cujo tratamento é iniciado desde o nascimento da criança, pois o mesmo utiliza placas e aparelhos para melhorar a alimentação”, conta ele, que ressalta que a partir do terceiro mês de idade a criança é submetida a primeira cirurgia para fechamento do lábio e depois de doze meses é realizada uma outra cirurgia para fechar o “céu da boca”.
Ele informa ainda que o tratamento é feito com a utilização de aparelhos ortodônticos para corrigir a posição dos dentes, após é realizado um procedimento de enxerto ósseo (geralmente é retirado da bacia da criança) e uma seqüência de outras cirurgias bucomaxilofacial e plásticas.
“Existem diversos outros procedimentos considerados de suma importância, assim como as cirurgias e os atendimentos fonoaudiólogos e psicológicos aos pacientes e às famílias, pois necessitam devido a dificuldade de relacionamento e convívio social”, esclarece o odontologista Leonilson Gaião.
Parceria
Em Imperatriz, o médico destacou a parceria do curso de Ortodontia da ABO (Associação Brasileira de Odontologia) e o atendimento odontológico que é complexo e desenvolvido no curso de Odontologia da faculdade da Facimp. “As cirurgias são realizadas pelo cirurgião plástico Gilberto Reis, o ortopedista Gilberto Aguiar e Leonilson Gaião”, frisa.
Ele afirma que anualmente são realizadas entre 50 e 100 cirurgias lábio leporino em Imperatriz, mas adianta que o objetivo do município é aumentar esse tipo de atendimento cirúrgico. “Nós começamos no primeiro ano com 22 pacientes e a meta hoje é atingirmos uma meta de 100 pacientes por ano, em Imperatriz”, estima.
Leonilson Gaião coordena a Associação Maranhense da Alegria (Amalegria): grupo de professores, alunos e profissionais de diversas áreas para atendimento de pacientes com fissuras labiopalatinas.
Equipe
Esse tipo de atendimento especializado é feito pela equipe de cirurgiões: Leonilson Gaião (odontólogo); Gustavo Aguiar (ortopedista); Gilberto Reis (plástico); Kátia Ghidella (fonoaudióloga); Suelle Lima (psicóloga) e os ortodontistas: Maira Massuia; Celson Rodrigues; Hideo Suzuki; Hélio Bezerra e Cristina Dechichi, entre outros profissionais.
